quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Carnaval: Festa popular ou indústria?


Eu não alcancei os "bons tempos" do Carnaval de Salvador, mas sinto saudades daquela época que não pude vivenciar. Estranho, né? Sentir saudades do que não tive? Você já sentiu isso?
Ah! Um carnaval com pierrôs e colombinas desfilando na avenida, uma festa popular onde as pessoas podiam participar de forma democrática, e se divertir sem medo. 


                                            Foto: Divulgação


O carnaval é considerado, hoje, a maior festa popular do Brasil. Todos os anos, a festa atrai milhares de turistas de todo o mundo. Mas, sinceramente, para mim de popular não tem nada. Ou você se prepara para gastar uma nota e sair no camarote ou bloco, ou então vá se espremer na pipoca e correr o risco de levar uma surra, e voltar nu pra casa. E quem disse que você pode sair ileso se estiver em um desses camarotes ou bloco? Corre o mesmo perigo!
Para falar a verdade, o Carnaval virou uma indústria. Quem vê pela televisão, acha que é a coisa mais maravilhosa do mundo, que é tudo lindo. Eu já saí em bloco, em camarote, no trio e até mesmo na pipoca e já vi foi coisa. E hoje, não sinto vontade. Aliás, vontade até sinto. Ouvir e ver Ivete Sangalo com seu brilho. Mas não me sinto segura. Sairia no trio novamente, me diverti tanto. Dancei, pulei, fiz caras e bocas e estava acompanhada. E o melhor de tudo! Não precisava olhar para o lado desconfiada, achando que um bêbado ia me puxar e tentar me beijar a força, que uma multidão estava vindo em minha direção por causa de uma briga, ou que um ladrão estava passando a mão nos meus bolsos. Afinal, não é difícil encontrar bêbado, gente que gosta de brigar e ladrão no carnaval. Deus é mais!
É! Para quem gosta de correr perigo, e de enfrentar essas situações, boa sorte! Amanhã começa a indústria do AXÉ. Ops! O carnaval de Salvador. Eu vou cuidar de fazer o meu carnaval, em algum lugar que eu me sinta bem, feliz e acima de tudo, segura.



Luciana Silva
Jornalista SRTE-3299